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O óbvio precisa ser dito


O problema está na expressão - óbvio precisa realmente ser dito
Um dos melhores textos para mudar a consciência e melhorar seus relacionamentos (inclusive consigo mesmo) que você vai ler.

Esses dias aconteceu um fato interessante (e desagradável) comigo. E surgiram muitas mudanças de consciência, postura e comportamento.
Foi teoricamente uma situação 'pequena', mas que pôde gerar grandes transformações. Conto com detalhes aqui, toda minha percepção para ajudá-los em suas caminhadas, passo a passo, e como colocar isso em prática. 

Eu queria encontrar uma amiga, marcamos 12:00.
Ela ficou pronta mais rápido que eu e já estava a caminho.
Faltavam 10 minutos para o meio dia quando eu disse que em 15 minutos eu estaria pronta e só então eu sairia de casa. Sp você demora pelo menos 20 minutos para chegar em um lugar que é perto. Quem mora aqui já está cansado de saber disso.
Para mim, ficou óbvio que ali eu já me atrasaria. Para ela não.
E eu não mandei nenhuma mensagem avisando que iria me atrasar, na minha cabeça já estava subentendido! 
Ela ficou esperando. Ao contrário de mim, ela se importa de ficar sozinha.

Na ocasião eu estava em Sp, e aconteceram coisas que fogem do nosso controle - trânsito, não achar estacionamento...
Atrasei 38 min precisamente.
Como eu estava correndo para não me atrasar mais, nem olhei o celular.
Quando eu finalmente cheguei, eu ouvi mensagens em tons extremamente agressivos, revoltados etc.
Ela havia ido embora, p da vida.

Eu não falei o óbvio, e segunda ela, meu erro foi esse: que eu não tive consideração de mandar mensagem avisando que iria me atrasar. (Mesmo se eu tivesse mandado, naquele momento eu era só uma 'lixeira' para coisas que estavam muitos mais profundas. Ela teria achado outro motivo para me culpar).
Porém essa história vai além para quem quiser prestar atenção. Para uma pessoa qualquer, um desentendimento qualquer, para quem busca evolução, continue lendo. 

Claro, faz super sentido ela ter ficado chateada. Eu super entendo, ela teve razão, mas existem maneiras e maneiras de se expressar, de se posicionar e de falar que você não gostou do que o outro fez. Naquele momento não tinha eu fazer diferente, não tinha o que eu fazer - presta atenção nessa frase, que lá embaixo eu explico como isso pesou para mim e como bloqueia minha vida há anos e somente através dessa experiência eu pude tomar consciência.

Algumas coisas não fizeram o menor sentido, e eu gostaria de compartilhar para que possamos ampliar a visão de ambos os lados.
Eu fui culpada por coisas que não eram de minha responsabilidade. É diferente quando a pessoa lhe atribui culpa e quando lhe atribui responsabilidade. Eu disse que eu sentia muito. E eu realmente senti muito. Eu era responsável pelo meu atraso sim, mas eu não sou culpada pelo que ocasionou o atraso e muito menos pela forma que ela interpretou isso, isso é responsabilidade dela, e na postura de vítima, ela me culpou.
E as palavras dela foram exatamente essas: sente muito o caralh*, fala que fez merd* e pede desculpa.
Eu falei: desculpa, fiz merd*. 
Mas depois eu refleti, eu falei porque ela precisava e queria ouvir aquilo e não porque eu realmente queria falar. Eu não me sentia culpada ou sequer achei que fiz merd*. Mas tudo bem dar o que a pessoa precisa naquele momento. Ela realmente precisava ser acolhida de alguma forma.
O meu 'erro', foi não ter dito o óbvio: vou me atrasar. Isso foi de minha responsabilidade e aprendi minha lição. Numa próxima situação, eu espero analisar antes o comportamento e personalidade do outro para que eu não acione os gatilhos e de forma não intencional, não machuque o outro. Se eu não tivesse pensado com minha cabeça e personalidade, e tivesse me colocado no lugar dela, talvez eu teria entendido que ela não funciona assim, não me custaria nada ter mandado uma mensagem NESTE CASO. Agora aguardo a próxima prova que a vida me trará e colocarei essa nova consciência em prática, COM RESSALVAS - acredito que possamos servir ao outro, se em nenhum momento passarmos por cima de nós ou da nossa integridade ou agirmos de forma desrespeitosa conosco. Se em algum momento custar qualquer parte de nós, com prejuízo, a atitude e a intenção serão verdadeiramente amorosas.

Aconteceu uma situação similar dois dias antes, onde ela se atrasou 2:21 minutos precisamente e não foi. Não me incomodou, pois pela minha personalidade, não me importo com isso. Quando ela pediu para que eu citasse alguma situação que ela tinha feito o mesmo comigo eu mencionei o fato ocorrido na mesma semana. Para que eu fui fazer isso?
Uma pessoa que já estava super reativa, ficou muito pior e eu recebi áudios que olhaaa... hahaa eu estava sendo literalmente atacada em minha integridade, porque uma outra pessoa estava com muita raiva. Dava para pegar essa energia densa com as mãos!

Nesses áudios, uma das coisas que ouvi e mais refleti foi:  que eu não tinha valorizado ela e não tinha menor consideração.
Para mim, foi dolorido demais ouvir isso - lá no final eu explico o real porquê da chateação. A partir desse momento surgiram três reflexõs muito importantes, acompanhem comigo e levem isso para vida de vocês e em seus relacionamentos.

Primeiro fiquei muito incomodada com essa briga, porque eu nunca brigo com ninguém! Não é do meu fetio.
Quando ela falou isso, para mim encerrou ali um relacionamento ( e todo término costuma ser doloroso e esse foi também). Eu com certeza amo e entendo ela do jeito que é e com tudo que tem. Sempre respeitei isso e prezei pela companhia dela. Continuarei amando e me importando, desejando o melhor (de verdadeee xente, não daquele jeito irônico e protetivo que algumas pessoas fazem: "não desejo o mal e bla bla bla", mas no fundo deseja sim. Se não puder desejar o melhor, não deseje nada, se coloque neutro), e provavelmente, como decidi me afastar, sentirei saudades, porém sempre estarei aqui quando ela precisar.
Mas porquê eu fiz isso? Porque é da personalidade dela ser extremamente reativa/agressiva, não é a primeira vez que aconteceu isso. Embora tenha amor e respeito real da minha parte, eu sou uma pessoa pacífica e escolhi, em respeito a mim mesma e aquilo que eu desejo, não conviver com pessoas agressivas (somos a média das 5 pessoas que mais convivemos. Eu tenho outros objetivos e propósitos de vida, então por mais que eu ame e sentirei falta, eu escolhi respeitar o que é importante e condiz com minhas intenções de vida). E sim, eu entendo perfeitamente que a agressividade é fruto de muitos maus tratos prévios e sinto verdadeira compaixão. Se um dia, ela chegar a conclusão que esse comportamento já não serve mais, não por mim e nem por ninguém, pelo próprio bem dela, estarei aqui como uma boa amiga.

A interpretação da realidade dela, estava completamente equivocada. Em outras experiências ruins que ela teve,  se sentiu desvalorizada, foi onde originou esse comportamento agressivo de atacar as pessoas para se defender... quantos de nós não fazemos isso o tempo todo? Interpretamos a realidade de acordo com nossas dores? Atacamos as pessoas porque nos sentimos ameaçados? No momento da raiva, sequer paramos para refletir ou agir com consciência? Apenas REagimos com instinto primitivo - atacar, fugir/esconder, paralizar.

Óbvio que a amo eu queria a companhia dela e que era apenas um imprevisto, não tinha nada a ver com eu desvalorizar ou desconsiderar a importância dela, e eu disse esse fator óbvio, mas ela sequer ouviu essas palavras pois a raiva já tinha cegado completamente - naquele momento ela só conseguia ouvir os piores pensamentos e sentimentos. E de novo eu pergunto, quantos de nós não fazemos isso o tempo todo?

Como agir com consciência nesses dois pontos de vista, se vocês fossem eu ou ela? Sei que muitos de nós, já estivemos nos dois lados da moeda, e é possível agir amorosamente e elevar os relacionamentos a outro nível.

Eu- entender que essas palavras agressivas dizem mais respeito a ela e das experiências dela, da dor dela, ao invés de ficar reativo e tomar isso como uma ofensa pessoal (eu não me ofendi, vou explicar depois o porquê eu fiquei chateada, o buraco é mais embaixo rs). Naquele momento é ter compaixão pela pessoa, entender que ela está em dor e acolher - nesse caso ela não aceitou o acolhimento, então ao invés de ficar insistindo é melhor se afastar e respeitar o tempo da pessoa, quando ela não pode ou não quer receber o amor. Quando a pessoa está reativa você pode justificar e gastar seu tempo e energia tentando provar outros pontos de vista que não vão servir para nada (foi o que eu fiz quando disse que ela havia feito o mesmo, só piorou a situação), então deixa ir, solta! Quantos de nós ficamos presos nessas situações ou insistindo em dar amor ou nos provar a qualquer custo, inclsuive passando por cima de si mesmos?   Para chegar nesse nível de consciência é preciso maturidade e autoconhecimento. Se eu tivesse com ego frágil, e não tivesse resolvido minhas próprias dores do passado, iria ficar profundamente ofendida, magoada e possivelmente remoendo essa situação por anos e culpando/praguejando/condenando o outro. Se eu não tivesse consideração ou minha intenção de estar com ela não fosse realmente amorosa, eu também ficaria reativa, pois nesse caso ela estaria falando uma verdade que me incomoda. Ou seja, se for verdade e te incomoda, mude, se não for verdade, não tem porquê reagir, se for verdade e não te incomoda, não tem porquê reagir ou tentar provar. Se conheça o suficiente para tal.
E outra coisa, se a pessoa não pode, ou não quer ou não consegue me doar o que eu preciso ou o que está condizente com meu propósito, como um ato de respeito, eu dou licença daquele lugar, em paz. Basicamente: se não está na mesma frequência, se afaste.

Ela- as atitudes dos outros não dizem respeito a nós. Quando temos o ego frágil e permanecemos nas dores do passado, tudo que o outro faz parece um ataque pessoal. E geralmente não é!
Se eu considero o outro me atacando ou ameaçando, eu vou procurar me defender de alguma forma. Tem gente que explode (machuca os outros) e tem gente que 'implode' (machuca a si mesmo). Ou seja, o comportamento naquele momento é sempre destrutivo, e os relacionamentos vão por água abaixo, gerando mais dor. Pessoas feridas, ferem pessoas e perpetuam isso por aí em outros relacionamentos.
Nesse momento, serenar a mente é importante, respeitar o sentimento de chateação e compreender que a outra pessoa não fez isso para te agredir, mas pelos seus próprios motivos. Não remoer essa situação,  se posicionar de forma amorosa, respeitando a sua integridade e a do outro. Colocar para fora, não mais pelo tempo suficiente de se expressar. Não reprimir os sentimentos, mas agir com consciência, sem machucar a si ou aos demais.
Ficar na escassez exigindo que o outro faça isso ou aquilo ou aja conforme eu espere, é carência. E nem sempre o outro fará isso por mim. E às vezes que faça, como estou muito reativa eu nem vou ser capaz de receber, como foi o caso. Querer catequizar o outro impondo condições ou ditando comportamentos, é manipulação emocional, tóxica para você e para os demais. NÃO é amor. Se você fica esperando que o outro mude para te atender ou aja conforme você acha que é certo, sinto muito, não é amor. Se a personalidade do outro, do jeito que ele é, é muito difícil, desperta gatilhos, te machuca sempre, se afaste. Neste caso, eu não sei qual foi a decisão dela, mas se isso despertou muitos gatilhos e a machucou profundamente a ponto dela questionar minhas reais intenções e não acreditar nelas, por respeito a si mesma, é melhor que ela se afaste de mim, pois me tornarei 'tóxica'- qualquer coisa que aconteça, mesmo que sem querer, enquanto ela não resolver internamente, acionará essa lembrança de desvalorização e causará dor e consequentemente, mais reatividade. 
É importante o autoconhecimento para ter a perspicácia de governar seus pensamentos. O famoso "contar até 10", é dar um tempo para a mente serenar para que possa agir de forma mais sábia. Além de ressignifcar as dores do passado que acionam esses gatilhos de desvalorização, de sentir menos, de diminuir sua importância, de achar que o outro está te atacando etc. Ou seja, desenvolver seu poder pessoal.
Apenas pessoas com boa autoestima e consciência de si mesmas, conseguem alcançar esse nível sem usar o ego, mas o amor.
Eis alguns exemplos que eu já vi em outras ocasiões, da pessoa usando o ego e chamando de amor próprio. Abre muiiiitas aspas:
"Amor próprio é entender que o outro não fez isso para te ofender mas porque ele é um idiota"
"Foda-se, eu sou melhor, eu amo a mim mesmo e não vou me rebaixar ou deixar que o outro me humilhe"
"Postar fotos sem parar, de si mesmo ou de suas conquistas materiais, com mensagens que conhecemos como "indiretas" - aqui a pessoa não se respeita, porque não é capaz de expressar verdadeiramente o que sente e comunicar isso ao outro, sem agredí-lo, ou tirando N considerações sobre o que o outro está pensando/fazendo, ou seja, fica criando minhoquinhas e paranóias na cabeça. É uma falta de respeito ou de amor próprio. Uma coisa é você compartilhar a si mesmos e suas conquistas com amor, com alegria... outra é como forma de atacar o outro e provar que você está bem,  que é melhor, mais superior, mais isso ou aquilo, o que quer que seja, gerado com instinto de competição*. Tudo depende da sua real intenção. E no fundo do seu coração, você sabe disso.
* O instinto de competição nesse caso, é sempre escassez, porque, para eu ganhar o outro tem que perder, para eu estar em cima o outro tem que estar embaixo. Ou seja, meu subconsciente acredita que não há abundância para todos!
Sobre isso, três frases importantes para refletirem:
O que eu desejo para mim eu desejo para o outro e vice-versa.
Enquanto eu vibrar em qualquer nível de escassez, NUNCA será possível a prosperidade! São duas retas que não se cruzam. Ou você está na abundância ou na carência.
Se para você se amar, você tem que diminuir, em qualquer nível, a importância e as conquistas do outro, é ego.

Aqui a responsabilidader afetiva entra nos dois lados, e não diz respeito ao outro fazer o que você espera (ou fazer o que o outro espera), e sim, sobre ser honesto, se expressar com clareza, respeito e acima de tudo amor. Os relacionamentos sempre tendem a falir por causa não dos problemas de comunicação, mas de expressão e interpretação (tem um outro texto sobre isso no blog), na forma como você se expressa, na forma como você reprime ou permite expressar os seus sentimentos.

E por fim, a última reflexão. Que foi onde me pegou de jeito hahaha  Pesou real. E só então eu percebi o peso que eu andava carregando há anos.
E quase ninguém pensaria nessa possibilidade, se não parasse para refletir e analisar, e como me pegou de surpresa, eu já estou contando tudo para vocês, para que também não sejam pegos de surpresa e adiantem seus processos através da minha experiência e desenvolvam logo essa percepção hahaha.

Ai ai... vamos lá.
Quando eu recebi o áudio dizendo que eu não tinha consideração ou valorizado ela, eu desandei a chorar com profundo pesar (detalhe, eu estava no meio de um restaurante e estava de rímel! ahhaah Foi péssimo!).
Mas não me reprimi, eu precisava chorar. O que eu não estava entendendo era porquê cargas d´água eu estava chorando????
Visto que: eu tinha a real compreensão que aquelas palavras não eram sobre mim mas sobre a dor dela, eu entendi isso com compaixão, eu não me sentia culpada por ter atrasado, eu havia me respeitado, agido e me posicionado com amor, eu não estava reativa, não me permiti ser usada como lixeira, não me senti agredida... enfim... estava em paz com tudo isso, e com todas as reflexões que compartihei acima... eu já tinha atigindo esse nível de consciência com clareza e plenitude.
 Por quê então eu estava sentindo tanto? E xente do cééééuuu, era um choro incontrolável ahaha eu simplesmente não conseguia parar! E eu decidi ali mesmo, resolver essa questão. Eu não ia esperar outra prova da vida para resolver (quero tudo pra ontem hahahah se tem que consertar alguma coisa, vamos fazer isso agora, de uma vez por todas!)
Se tinha sentimento e pesar ali, tinha que haver alguma dor minha do passado mal resolvida.
Aí fui pensando e chorando eternamente hahaha 
Sozinha eu não estava conseguindo, aí chamei ajuda dos universitários kkkk. E as duas amigas com quem partilhei a história me disseram a mesma coisa e tudo fez total sentido.
Flávia, você está chorando porque você sempre faz tudo para deixar os outros bem e dessa vez não conseguiu atender as expectativas de alguém.
E como eu disse lá em cima, não tinha o que eu podia fazer! Não tinha como eu fazer diferente! Ela iria se frustrar de qualquer forma.

Baralho! Isso me pegou de jeito, porque eu achava que não estava nem aí pra isso. Não é pelo fato do que os outros vão pensar de mim, isso eu relamente não me importo, mas era pelo fato de em algum momento lá na infância, eu ter aprendido que eu sempre precisava atender as esperanças do outro, e não podia deixar o outro se frustrar comigo, eu tinha que ser impecável! Até que eu respeito o que eu quero e o que eu sinto,  me expresso bem, e de certa forma, permito que a outra pessoa viva as suas dores, eu já havia tomado consciência disso.
A crença raíz que ficou era: que ser humano horrível eu era quando o outro ficava dolorido por minha causa - minha culpa. Pois eu já fui punida N vezes por respeitar minha própria vontade e seguir meu coração mesmo que isso não estivesse de acordo com o que esperavam de mim, e me sentia, por longos anos, na obrigação de ceder, de fazer algo para deixar o outro mais confortável possível (quase sempre sem sucesso, pois mesmo que façamos o melhor ou o que o outro espera, ele vai se frustrar porque isso de trata de uma questão interna da pessoa que ela precisa resolver sozinha, não dá para delegar), muitas vezes também tive que implorar/gritar para que o outro me entendesse, me ouvisse, me enxergasse como eu sou e não como ele ACHA (sempre sem sucesso, pois uma vez que a pessoa já tem uma opinião e uma interpretação dolorsa da realidade, você é só um personagem ali, pode morrer de falar que a pessoa não irá escutar enquanto ela não mudar a consciência)... E embora, inicialmente por teimosia e rebeldia, e futuramente por consciência, continuasse seguindo meu coração, a culpa ficou. A culpa que eu carreguei pelo que o outro interpretou da minha atitude, e não pela real intenção dela. TCHARAAAAM! ERA ISSO! Porém, toda crença mau qualificada como esta, gera padrões ruins de sentimentos, pensamentos, comportamentos e consequentemente resultados ruins em uma ou mais áreas da vida.
(Veja você querido leitor, eu já estou há alguns bons anos nesse caminhar, em todo texto acima eu cito inúmeras crenças e comportamentos que eu já havia resolvido internamente, a cada resolução, uma jornada surgia. Você pode estar agora, em um ou mais desses níveis de consciência, e se precisar de ajuda para resolver, dá uma olhadinha lá na parte das Jornadas, que é um caminho amoroso para que não precisem passar como eu, pela dor para aprender e evoluir).

ÓBVIO que eu me coloquei essa autocobrança e ela foi a vida toda inconsciente, ela não tinha sido trazida à luz até o presente momento. Basicamente quem tem culpa merece ser castigado, a minha punição (imposta por mim mesma) : é não me permitir sentir prazer em nada com a vida e me sentir culpada/pesada por desfrutar bons momentos e conquistar meus ideais. EU NÃO TINHA PERCEBIDO ISSO! NESSA ALTURAAA DO CAMPEONATOOO MINHA XENTEEE????!!!
 Masss fiz uma análise SINCERONA: SEMPRE que eu tenho bons momentos ou consigo alguma coisa, ativa um mecanismo que em algum momento, logo depois, alguma meleca acontece. AUTO SABOTAGEM!!!! Eu perdia tudo, dava zebra, eu fazia e fluia devagar, sei lá, sempre teve alguma coisa. Claro, que por causa de todo o meu desenvolvimento pessoal, foi ficando mais ameno com o tempo, quanto mais consciência, mais leves os desafios ou melhor, menos pesada a nossa própria interpretação da realidade e o significado que damos aos acontecimentos.
EU NÃO tinha percebido esse padrão. Eu já havia observado que tinha alguma coisa errada, mas achava que eram provas e coisas da vida, eu não entendia como eu atraia isso, visto que eu já tinha mudado a consciência, então eu achava que as provas eram pra ver se eu estava plena mesmo. E olha só, vai além! Eu ter acreditado que eram provas da vida, foi uma outra crença que criei, a forma como eu aprendi, para me proteger, para sofrer menos. Na minha cegueira, eu deleguei para a 'vida' (alguns delegam para Deus), a responsabilidade de ter atraido isso e desenvoli essa nova crença. Vejo muitas pessoas usando a frase - "Deus só manda batalhas para ombros que suportam carregar, ou para seus melhores guerreiros, etc". É o que falo de acionar uma proteção, em cima de uma proteção. Deus não tem nada com isso, eu tenho! Você tem! Essas justificativas são historinhas que criamos para nos 'confortar'.

Agora, eu podia ter ficado lá no passado, remoendo as pessoas e situações que me fizeram criar esse gatilho e esse comportamento, culpando os outros, revivendo as dores e continuando no lugar de vítima ou ainda, quebrando a cabeça e gastando todos os meus neurônios e energia para IDENTIFICAR qual situação ou qual pessoa que foi que gerou isso - o que me aprisionaria na situação (mas como eu digo sempre, pode ser leve, não precisa ficar voltando lá no passado ou identificar qualquer coisa, dá pra curar sem drama ou memória traumática) ou eu tinha a opção de falar: FRUTA QUE PARTIU, como eu vou fazer pra mudar isso? Eu mereço ser feliz, os outros também e simplesmente adotar um novo comporamento.
A situação estava ali, eu tive uma catarse - chorar largadaaaa no meio do bar hahahaah 
Graças a MIM eu não reprimi e permiti que aquilo saisse - poderia ter sido em casa embaixo do chuveiro bem cena de novela??? 
Poderiaaaaa, mas nãããão, hahaha não foi. 
E foi liberado imediatamente. No lugar daquilo que foi liberado, havia agora um espaço, que precisaria de um novo comportamento, se não, a tendência é voltar ao padrão anterior, por puro hábito e comodidade de nossos programas cerebrais.
Tá vendo? Eu digo que pode ser fácil, não precisa ser na marra, nem na luta, nem no esforço para mudar o padrão, basta CONSCIÊNCIA.
 Doeu? Sim, mas foi uma dor 'em paz', porque eu não me apeguei e nem resisti a ela, eu simplesmente permiti que fluisse. E muitooo menos fiquei remoendo ou usando meu racional contra mim ou criando picuinhas e historinhas na minha cabeça. Isso só faria perpetuar a situação e não resolver nada, e ainda, continuar atraindo mais do mesmo. É diferente, só desenvolvendo a autopercepção e consciência para reconhecer essa diferença.
Então eu preciso de um novo comportamento, aí usei meu racional novamente a meu favor: quem sou eu? O que eu quero? Como eu gostaria de me portar? O que eu posso fazer agora para meu bem e o bem dos outros? É importante refletir nesse momento: quais são nossos obejtivos, nossos valores e nossos princípios?  
Eu tinha uma consciência racional que eu não podia controlar como os outros se sentiriam, mas não tinha a consciência plena disso, pois ainda havia uma emoção negativa envolvida, gerando consequências negativas para minha vida. Ou seja, faltava coerência no que eu pensava e no que eu sentia, e como eu sou uma pessoa que geralmente implode, em como eu me comportava comigo, me sabotando. 
O meu objetivo certamente é não me colocar mais nesse padrão de culpa e como fazer isso? Mudando o meu comportamento, ao invés de ficar sentida, simplesmente 'permitir' que os outros detenham a responsabilidade sobre a interpretação deles, ainda que fiquem tristes, reconhecendo que minha real intenção nunca foi magoar pois não é da minha essência, mas sim me respeitar, e ficar em paz com as decisões que tomo, me permitindo desfrutar dos meus bons feitos.
Esse foi meu combinado comigo. Se daqui a pouco eu tomar uma nova e melhor consciência, poderei mudar novamente. Sem cobranças, sem peso. A cada um eu digo para ser íntegro e servir aos seus próprios propósitos, reconhecendo genuinamente a intenção de cada comportamento e de cada decisão. Observando a si mesmo para ver se não existe ali algum padrão mal qualificado ou reatividade, perceber se está e quando está passando por cima de si mesmo e também se em algum momento está agindo através do ego e do instinto primitivo.
É uma linha muito tênue, entre respeitar o seu coração e o seu desejo, e passar por cima do outro para obter o que quer. Acredito, que quanto mais perto do amor estivermos mais coerência e mais íntegras serão nossas atitudes. E para ficar mais perto do amor, removemos as proteções que nos afastam dele em essência.
Eu sou grata a vida por ter me dado a oportunidade de liberar isso de forma leve, a minha amiga, por terem sido a personagem que me mostrou isso, as amigas que me ajudaram a refletir, a mim por não ter resistido ou reagido e ter tido a sabedoria para desenvolver essa consciência, e por fim, a você, que dedicou seu tempo, sua energia e toda sua coragem para ler esse textão, refletir e adotar uma nova consciência.

Eu espero genuinamente, que este textão seja genuinamente trasnformador para você, assim como foi para mim.
Por Flávia Borges Magalhães.
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